6/03/2018 08:55:00 PM

Crítica: Círculo de Fogo - A Revolta

Círculo de Fogo; A Revolta
Imagem: Universal Pictures / Divulgação

Em 2013, “Círculo de Fogo”, um filme sem grandes pretensões dirigido por Guillermo Del Toro, surpreendia nas bilheterias ao redor do mundo. Essa surpresa esteve presente no público, que conseguiu encontrar na obra algo para se entreter que cumpre muito bem a função e na crítica, já que tecnicamente é um trabalho sem erros, com sequencias de ação interessantes e referências a “Godzilla”, apenas para citar uma das inspirações.

A sequência, “Círculo de Fogo: A Revolta”, produzida por Del Toro e dirigida por Steven S.De Knight é um filme que funciona e agrada da mesma forma que o primeiro, mas, ao tentar trazer o ineditismo em um vilão, comete o erro de não se aprofundar nele o suficiente, logo, um personagem que deveria ser mal, é apenas excêntrico, tentando e não conseguindo ser engraçado.


Estrelado por John Boyega (“Detroit” e os dois últimos filmes da Saga Star Wars), ele é Jake, filho de Stacker Pendergast (o personagem de Idris Elba no primeiro filme). Ao ser preso por roubar tecnologia de “Jaegers” (os robôs gigantes), ele passa a fazer parte do exercito anteriormente comandado por seu pai, quando uma nova ameaça “Kaiju” (as criaturas inimigas) surge. Junto com ele está Amara, uma jovem que montou seu próprio Jaeger e faz parte dos cadetes militares, ou seja, ela está se formando para pilotar um robô.

O grande ponto positivo do filme é o roteiro que sabe desenvolver bem seus personagens, Jake e Amara são bem aprofundados e suas atitudes são justificadas por um passado que é mostrado sem a necessidade de flashbacks, mas usando a conexão necessária para a pilotagem dos Jaegers. Além disso, outros personagens secundários, como o doutor Gottlieb e principalmente Lambert (parceiro de Jake na pilotagem) são bem aproveitados e nunca utilizados em demasia, ou seja, não ficam sobrecarregados na trama.

As cenas de ação, assim como no primeiro filme, são muito bem-feitas e sem a velocidade insana da grande maioria das obras desse gênero produzidas hoje em dia. Logo, o público consegue ver tudo o que acontece nas sequencias, seguindo os passos dos robôs e claro, tendo o ponto de vista dos pilotos envolvidos nas batalhas.

Essa variedade de pontos de vista é bem explorada na batalha final, onde vários Jaegers lutam ao mesmo tempo, todos os pilotos tem igual atenção na sequência, sendo utilizados os diálogos e principalmente os cortes secos para realizar a ligação entre um piloto e outro, assim, ninguém fica esquecido na ação, sendo aproveitados de maneira igual e em nenhum momento um tem mais atenção que o outro, se eles batalham juntos, não há porque ter um personagem principal dentro da batalha.

Logo, com exceção do arco mal desenvolvido do vilão do filme, “Circulo de Fogo: A Revolta” é uma obra que agrada quem quer apenas se entreter e quem procura um filme de ação que saiba como trabalhar as sequências de impacto e os monstros sem soar como mais do mesmo, o filme funciona, assim como aquele que o antecedeu.

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