Imagem: Europa Filmes / Divulgação |
Não é à toa que o pintor Vincent Van Gogh, é considerado o
pai da arte moderna. Graças a seu estilo de desenho e pintura, a sua habilidade
em descrever sentimentos, sensações e de contar histórias através de suas obras
faz dele um dos mais brilhantes (senão o mais brilhante) pintores já existentes.
Com um estilo de pinceladas não ortodoxo (como a maioria dos
grandes pintores), é muito difícil copiar seus traços, o jeito de dispor a cor
e a forma de fazer naturezas mortas se tornarem vivas, mais vivas na tela do
que na vida real.
Sabendo disso, o que “Com Amor, Van Gogh” faz tecnicamente é
brilhante, pois todo o filme, cada quadro foi pintado por uma equipe partindo
dos quadros de Van Gogh, ou seja, a obra é uma animação com base nas várias pinturas,
nas quase 900 pintadas por ele, sendo a maioria nos últimos dois anos de sua
vida.
Dirigido por Dorota Kobiela e Hugh Welchman, a obra
acompanha Armand Roulin (Douglas Booth), filho do carteiro que era amigo de Van
Gogh. Um ano após o suicídio do pintor, é encontrada uma carta destinada ao
irmão mais novo, Theo, que nunca chegou onde deveria. Roulin, após ser obrigado
pelo pai, tem que entregar a carta ao irmão ainda vivo, e sai em viagem para o
interior da França, onde Vincent faleceu.
Além de ter sido feito todo em animação – como dito acima,
no estilo das pinturas de Van Gogh, para uma homenagem – toda a obra é disposta
em uma proporção de tela como se fosse justamente isso, uma tela, um quadro,
como se toda a projeção fosse uma das pinturas de seu personagem principal.
Porque sim, Vincent Van Gogh é o personagem principal desse
filme, mesmo que acompanhemos Roulin, o pintor e a morte deste, as
circunstancias dos fatos, são o foco da obra, é aquilo que mantem o filme em
constante movimento. A investigação realizada pelo filho do carteiro – ele desconfia
que o pintor não se suicidou – mantem a história sempre com algo acontecendo.
Fora o aspecto visual da projeção, algo que vale destacar é
como Douglas Booth no papel de Roulin, nunca esconde que não gosta de Van Gogh,
e com o passar do tempo e os avanços nas conversas com amigos e colegas do
pintor o fazem ir mudando de maneira gradual sua opinião sobre ele, de odiado e
causador de um ciúme dele em relação ao pai para uma pessoa solitária, triste e
com vontade de se provar para uma sociedade tentando derruba-lo.
Portanto, “Com Amor, Van Gogh” é uma obra que chama muito
mais a atenção pelo aspecto técnico, ao mesmo tempo em que é ousado, é
claramente uma declaração de amor e admiração pelo artista abordado.
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