Imagem: Dan Behr / Paris Filmes / DIVULGAÇÃO |
Dirigido por Andrucha Waddington e roteirizado por Fernanda Torres, acompanhamos a história de Augusto (Felipe Camargo), sua mulher Teresa (Carol Castro) e seu filho Marinho (Joaquim Torres Waddington), que se mudam para a casa do avô de Augusto, uma fazenda assombrada pelos fantasmas de dois escravos mortos pela família dele, Couraça (Criolo) e sua filha Ana (Kênia Bárbara).
O filme tem dois tipos de terror dentro dele e ambos com uma base bem definida, o sobrenatural, nas figuras dos fantasmas e o ideológico, na ambição da família de Augusto que os levou a enriquecer através de crimes contra a humanidade.
A parte ideológica do terror fica exposta pela perpetuação e esquecimento forçado da família, que não nega a sua riqueza e como ela foi gerada, o que justifica a vingança de Couraça e tudo o que ele faz para fazer os atuais moradores da casa sofrerem.
Visualmente, a paleta de cor cinzenta e o uso de luz natural, além da predominância de cenas noturnas ajuda a construir a expectativa pela vingança e a tensão dos acontecimentos que movem o filme. Assim como os constantes zoom ins nos rostos das pessoas e em alguns objetos importantes, como os diamantes, as cartas e outras coisas que representam o passado de uma família longeva e preconceituosa.
Esses pontos demonstram a boa direção de Andrucha Waddington e como ele faz o filme ser carregado com certa naturalidade, assim como revela uma montagem eficaz de Sergio Mekler, que faz o filme funcionar com dinamismo.
O problema do filme é a indecisão do que ele é, o público nunca sabe se é um terror sobrenatural ou um psicológico, de forma que algumas das cenas podem parecer desconexas do arco principal. Essa dúvida revela certos problemas no roteiro, como, porque os arcos do pai de Augusto e de Augusto se repetem quando as histórias de ambos são diferentes? Ou, porque Marinho age do jeito que age, vendo que o pai dele, que está fazendo a mesma coisa, não está bem?
As respostas, ou ao menos as tentativas delas, vem no elenco, já que as boas performances de todos mantém o público imerso no filme, seja através de Carol Castro que faz Teresa como uma pessoa capaz de tudo para proteger quem ama ou através das pequenas participações de Fernanda Montenegro e Lima Duarte, que são importantes e reveladoras em pontos cruciais para a obra.
Sem esquecer de Criolo, que em sua estreia como ator constrói Couraça como um homem especialista no que fazia (ele era garimpeiro) e com uma sede de vingança que soa filosófica, mas é muito mais ativa do que reativa, como o ator deixa claro em vários momentos.
Assim, "O Juízo" é um bom filme, que tem problemas, é carregado de potencial e caso o explorasse ao seu máximo, seria uma obra muito melhor do que é. Porém, a projeção demonstra a evolução do cinema nacional em um gênero que cada vez mais surpreende o público brasileiro.
A parte ideológica do terror fica exposta pela perpetuação e esquecimento forçado da família, que não nega a sua riqueza e como ela foi gerada, o que justifica a vingança de Couraça e tudo o que ele faz para fazer os atuais moradores da casa sofrerem.
Visualmente, a paleta de cor cinzenta e o uso de luz natural, além da predominância de cenas noturnas ajuda a construir a expectativa pela vingança e a tensão dos acontecimentos que movem o filme. Assim como os constantes zoom ins nos rostos das pessoas e em alguns objetos importantes, como os diamantes, as cartas e outras coisas que representam o passado de uma família longeva e preconceituosa.
Esses pontos demonstram a boa direção de Andrucha Waddington e como ele faz o filme ser carregado com certa naturalidade, assim como revela uma montagem eficaz de Sergio Mekler, que faz o filme funcionar com dinamismo.
O problema do filme é a indecisão do que ele é, o público nunca sabe se é um terror sobrenatural ou um psicológico, de forma que algumas das cenas podem parecer desconexas do arco principal. Essa dúvida revela certos problemas no roteiro, como, porque os arcos do pai de Augusto e de Augusto se repetem quando as histórias de ambos são diferentes? Ou, porque Marinho age do jeito que age, vendo que o pai dele, que está fazendo a mesma coisa, não está bem?
As respostas, ou ao menos as tentativas delas, vem no elenco, já que as boas performances de todos mantém o público imerso no filme, seja através de Carol Castro que faz Teresa como uma pessoa capaz de tudo para proteger quem ama ou através das pequenas participações de Fernanda Montenegro e Lima Duarte, que são importantes e reveladoras em pontos cruciais para a obra.
Sem esquecer de Criolo, que em sua estreia como ator constrói Couraça como um homem especialista no que fazia (ele era garimpeiro) e com uma sede de vingança que soa filosófica, mas é muito mais ativa do que reativa, como o ator deixa claro em vários momentos.
Assim, "O Juízo" é um bom filme, que tem problemas, é carregado de potencial e caso o explorasse ao seu máximo, seria uma obra muito melhor do que é. Porém, a projeção demonstra a evolução do cinema nacional em um gênero que cada vez mais surpreende o público brasileiro.
Veja o trailer aqui:
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